1-3. Que perguntas é que as pessoas fazem a respeito da morte, e que respostas dão as várias religiões?

ESTAS são perguntas que as pessoas fazem há milhares de anos. São perguntas importantes. Independentemente de quem somos ou de onde vivemos, as respostas são do interesse de cada um de nós.

² No capítulo anterior, vimos como o sacrifício de resgate de Jesus Cristo abriu o caminho para a vida eterna. Vimos também que a Bíblia prediz um tempo em que “não haverá mais morte”. (Apocalipse 21:4) Enquanto esse dia não chega, todos nós estamos sujeitos à morte. “Os vivos sabem que morrerão”, disse o sábio Rei Salomão. (Eclesiastes 9:5) Tentamos viver o máximo de tempo possível. Apesar disso, perguntamo-nos o que acontecerá connosco quando morrermos.

³ Quando perdemos uma pessoa amada, lamentamos a sua morte e talvez nos perguntemos: ‘O que se estará a passar com ela agora? Será que está a sofrer? Estará a observar-nos? Será que a podemos ajudar? Será que a voltaremos a ver?’ As religiões do mundo dão diferentes respostas a estas perguntas. Algumas ensinam que, se a pessoa for boa, irá para o céu; mas, se for má, arderá num lugar de  tormento. Outras religiões ensinam que, na morte, a pessoa passa para o domínio espiritual, a fim de se juntar aos seus antepassados. Ainda outras ensinam que os mortos vão para outro mundo, para serem julgados, e, depois, reencarnam, ou nascem outra vez noutro corpo.

4. Que conceito básico é que muitas religiões têm a respeito da morte?

⁴ Todos esses ensinos religiosos baseiam-se num conceito básico – o de que alguma parte de nós sobrevive à morte do corpo físico. De acordo com quase todas as religiões, antigas e atuais, de alguma maneira, nós continuamos vivos para sempre com a capacidade de ver, ouvir e pensar. Porém, como é que isso é possível? Os nossos sentidos e pensamentos estão todos ligados ao funcionamento do cérebro. Na morte, o cérebro para de funcionar. As nossas recordações, sentimentos e sentidos não continuam a funcionar de modo independente, de alguma maneira misteriosa. Eles não sobrevivem à destruição do cérebro.

5, 6. O que é que a Bíblia ensina a respeito da condição dos mortos?

⁵ O que acontece na morte não é um mistério para Jeová, o Criador do cérebro. Ele sabe a verdade e, na sua Palavra, a Bíblia, ele explica qual é a condição dos mortos. O ensino claro da Bíblia é: quando uma pessoa morre, deixa de existir. A morte é o oposto da vida. Os mortos não veem, não ouvem nem pensam. Nenhuma parte de nós sobrevive à morte do corpo. Nós não possuímos uma alma ou espírito imortal. *

⁶ Depois de mencionar que os vivos sabem que vão morrer, Salomão escreveu: “Mas os mortos não sabem absolutamente nada.” A seguir, ele ampliou essa verdade básica por dizer que os mortos não podem amar nem odiar  e que “não há trabalho, nem planeamento, nem conhecimento, nem sabedoria na Sepultura”. (Leia Eclesiastes 9:5, 6, 10.) Similarmente, o Salmo 146:4 diz que, quando uma pessoa morre, “acabam-se os seus pensamentos”. Nós somos mortais e não sobrevivemos à morte do corpo. A nossa vida é como a chama de uma vela. Quando a chama se apaga, não vai para lado nenhum. Simplesmente, acaba.

7. A que é que Jesus comparou a morte?

⁷ Jesus Cristo falou sobre a condição dos mortos. Fez isso por ocasião da morte de Lázaro, um homem que ele conhecia bem. Jesus disse aos seus discípulos: “O nosso amigo Lázaro adormeceu.” Os discípulos pensaram que Jesus queria dizer que Lázaro estava a dormir, a recuperar-se de uma doença. Eles estavam enganados. Jesus explicou: “Lázaro morreu.” (Leia João 11:11-14.) Note que Jesus comparou a morte ao sono. Lázaro não estava no céu nem num inferno de fogo. Não se estava a juntar a anjos nem a antepassados. Tampouco renasceu como outra pessoa. Lázaro estava no descanso da morte, como que num sono profundo, sem sonhos. Outros textos também comparam a morte ao sono. Por exemplo, quando o discípulo Estêvão foi apedrejado até morrer, a Bíblia diz que ele “adormeceu na morte”. (Atos 7:60) O apóstolo Paulo também escreveu a respeito de alguns que, nos seus dias, tinham “adormecido na morte”. — 1 Coríntios 15:6.

8. Como sabemos que Deus não queria que as pessoas morressem?

⁸ Será que o propósito original de Deus era que as  pessoas morressem? De modo algum! Jeová fez o homem para viver na Terra por toda a eternidade. Como já aprendemos neste livro, Deus colocou o primeiro casal humano num agradável paraíso e abençoou-os com saúde perfeita. Jeová só queria o bem deles. Será que um pai ou mãe amorosos gostariam que os seus filhos sofressem as aflições da velhice e da morte? Naturalmente que não! Jeová amava os seus filhos e desejava que vivessem felizes para sempre na Terra. Referindo-se aos humanos, a Bíblia diz: “[Jeová] pôs-lhes no coração até mesmo a eternidade.” (Eclesiastes  3:11) Deus criou-nos com o desejo de viver para sempre e abriu o caminho para que esse desejo se realize.

9. Que restrição é que Jeová impôs a Adão, e porque não era difícil obedecer a essa ordem?

⁹ Então, porque é que as pessoas morrem? Para encontrar a resposta, temos de considerar o que aconteceu quando havia apenas um homem e uma mulher na Terra. A Bíblia explica: “Jeová Deus fez brotar do solo todo o tipo de árvores de aspeto agradável e boas para alimento.” (Génesis 2:9) No entanto, havia uma restrição. Jeová disse a Adão: “De todas as árvores do jardim, podes comer à vontade. Mas, quanto à árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau, não comas dela, porque, no dia em que comeres dela, certamente morrerás.” (Génesis 2:16, 17) Não era difícil obedecer a essa ordem. Havia muitas outras árvores cujos frutos Adão e Eva podiam comer. Mas foi-lhes dada uma oportunidade especial de mostrarem gratidão Àquele que lhes tinha dado tudo, incluindo a vida perfeita. Por obedecerem, eles mostrariam também que respeitavam a autoridade do seu Pai celestial e que desejavam a sua orientação amorosa.

10, 11. (a) O que levou o primeiro casal humano a desobedecer a Deus? (b) Porque é que a desobediência de Adão e Eva era um assunto sério?

¹⁰ Infelizmente, o primeiro casal humano escolheu desobedecer a Jeová. Falando por meio de uma serpente, Satanás perguntou a Eva: “Foi realmente isso que Deus disse, que não devem comer de todas as árvores do jardim?” Eva respondeu: “Podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas, sobre o fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Não comam dele, não, nem lhe toquem, senão morrerão.’” — Génesis 3:1-3.

¹¹ “Certamente não morrerão”, disse Satanás. “Deus sabe que, no mesmo dia em que o comerem, os vossos  olhos irão abrir-se e vocês serão como Deus, sabendo o que é bom e o que é mau.” (Génesis 3:4, 5) Satanás queria fazer com que Eva acreditasse que ela se beneficiaria de comer do fruto proibido. Segundo ele, ela poderia decidir por si mesma o que era certo e o que era errado; poderia fazer o que bem entendesse. Satanás alegou também que Jeová tinha mentido a respeito das consequências de comer do fruto. Eva acreditou em Satanás. Por isso, comeu do fruto e, de seguida, ofereceu-o ao marido, que também comeu. Eles não agiram por ignorância. Sabiam que estavam a fazer exatamente o que Deus lhes dissera que não fizessem. Por comerem o fruto, eles desobedeceram de propósito a uma ordem simples e razoável. Mostraram desprezo pelo  seu Pai celestial e pela sua autoridade. Não havia desculpa para esse desrespeito pelo seu amoroso Criador!

12. O que nos pode ajudar a entender como Jeová se sentiu quando Adão e Eva decidiram opor-se a ele?

¹² Para ilustrar, pense no seguinte: como se sentiria se criasse com todo o carinho um filho ou uma filha que depois lhe desobedecesse, demonstrando desrespeito e falta de amor por si? Isso iria causar-lhe muita mágoa. Imagine, então, quanta tristeza Jeová deve ter sentido quando tanto Adão como Eva decidiram opor-se a ele.

13. O que é que Jeová disse que aconteceria a Adão quando ele morresse, e o que significa isso?

¹³ Jeová não tinha nenhum motivo para manter Adão e Eva vivos para sempre. Eles morreram, exatamente como Deus disse que aconteceria. Adão e Eva deixaram de existir. Logo, não passaram para o domínio espiritual. Sabemos disso por causa daquilo que Jeová disse a Adão quando lhe pediu uma explicação a respeito da sua desobediência: “[Voltarás] ao solo, pois dele foste tirado; porque tu és pó e ao pó voltarás.” (Génesis 3:19) Deus tinha feito Adão do pó do solo. (Génesis 2:7) Antes disso, ele não existia. Portanto, quando Jeová disse que Adão voltaria ao pó, queria dizer que ele voltaria ao estado de não existência. Adão ficaria sem vida, como o pó do qual tinha sido feito.

14. Porque é que nós morremos?

¹⁴ Adão e Eva ainda poderiam estar vivos, mas eles morreram porque preferiram desobedecer a Deus e, desse modo, pecaram. O motivo por que morremos é que tanto a inclinação pecaminosa de Adão como a morte foram transmitidas a todos os seus descendentes. (Leia Romanos 5:12.) Esse pecado é como uma terrível doença herdada, da qual ninguém pode escapar. A sua consequência, a morte, é uma maldição. A morte é inimiga, não amiga. (1 Coríntios 15:26) Podemos ser muito gratos por Jeová ter providenciado o resgate para nos livrar desse terrível inimigo.

15. Porque é consolador saber a verdade a respeito da morte?

¹⁵ O que a Bíblia ensina sobre a condição dos mortos é consolador. Como vimos, os mortos não sofrem dor nem angústia. Não há razão para termos medo deles, pois não nos podem prejudicar. Eles não precisam da nossa ajuda, nem nos podem ajudar. Não podemos falar com eles, nem eles podem falar connosco. Muitos líderes religiosos afirmam falsamente que podem ajudar os mortos, e as pessoas que acreditam nesses líderes pagam-lhes para que façam isso. Contudo, saber a verdade evita que sejamos enganados pelos que ensinam essas mentiras.

16. Quem tem influenciado os ensinos de muitas religiões, e de que modo?

¹⁶ Será que os ensinos da sua religião estão de acordo com o que a Bíblia ensina a respeito dos mortos? Os da maioria das religiões não estão. Porquê? Porque os seus ensinos têm sido influenciados por Satanás. Ele usa a religião falsa para fazer com que as pessoas acreditem que, depois da morte do corpo, continuarão a viver no domínio espiritual. Trata-se de uma mentira que Satanás associa a outras mentiras, a fim de afastar as pessoas de Jeová. Como assim?

17. Porque é que o ensino do tormento eterno desonra a Jeová?

¹⁷ Como já mencionado, muitas religiões ensinam que, após a morte, se a pessoa tiver sido má, irá para um lugar de tormento eterno no fogo. Esse ensino desonra a Deus. Jeová é um Deus de amor e nunca faria com que as pessoas sofressem dessa maneira. (Leia 1 João 4:8.) O que pensaria de um homem que castiga uma criança desobediente por lhe queimar a mão no lume? Respeitaria tal homem? Teria vontade de o conhecer? Definitivamente, não! Com certeza, iria considerá-lo muito cruel. No entanto, Satanás quer fazer-nos acreditar que Jeová tortura pessoas no fogo para sempre – por incontáveis milhões de anos!

18. Em que mentira religiosa se baseia a adoração dos mortos?

 ¹⁸ Satanás também usa algumas religiões para ensinar que, após a morte, as pessoas se transformam em espíritos que os vivos devem respeitar e honrar. De acordo com esse ensino, os espíritos dos mortos podem tornar-se amigos poderosos ou inimigos terríveis. Muitas pessoas acreditam nessa mentira. Têm medo dos mortos e prestam-lhes honra e adoração. Em contraste com isso, a Bíblia ensina que os mortos estão a dormir e que devemos adorar somente o Deus verdadeiro, Jeová, o nosso Criador e Provisor. — Apocalipse 4:11.

19. Que outro ensino bíblico é que a verdade a respeito da morte nos ajuda a entender?

¹⁹ Saber a verdade a respeito dos mortos evita que sejamos enganados por mentiras religiosas. Também nos ajuda a entender outros ensinos bíblicos. Por exemplo, quando entendemos que as pessoas não passam para o domínio espiritual ao morrerem, a promessa de vida eterna num paraíso terrestre assume um significado real para nós.

20. Que assunto consideraremos no próximo capítulo?

²⁰ Há muito tempo, Jó, um homem justo, perguntou: “Quando um homem morre, pode ele voltar a viver?” (Jó 14:14) Pode uma pessoa sem vida, que esteja a dormir na morte, ser trazida de volta à vida? O que a Bíblia ensina sobre isso é muito consolador, conforme mostrará o próximo capítulo.