Atos dos Apóstolos 21:1-40

21  Quando finalmente nos conseguimos separar deles e embarcar, navegámos diretamente para Cós. No dia seguinte, fomos para Rodes e, de lá, para Pátara.  Quando encontrámos um navio que ia fazer a travessia para a Fenícia, embarcámos e seguimos viagem.  Depois de avistarmos e passarmos a ilha de Chipre, à nossa esquerda, navegámos para a Síria e fizemos escala em Tiro, onde o navio ia descarregar.  Procurámos os discípulos e encontrámo-los, e permanecemos lá durante sete dias. Contudo, por meio do espírito, eles diziam repetidamente a Paulo que não pusesse os pés em Jerusalém.+  Assim, quando terminou a nossa estadia, partimos e continuámos a nossa viagem; e todos eles, juntamente com as mulheres e as crianças, acompanharam-nos até fora da cidade. Então, ajoelhados na praia, orámos  e despedimo-nos uns dos outros. Depois, embarcámos no navio e eles voltaram para casa.  Completámos assim a viagem, navegando de Tiro até chegarmos a Ptolemaida; cumprimentámos os irmãos e ficámos com eles durante um dia.  Partimos no dia seguinte e chegámos a Cesareia; lá, entrámos na casa de Filipe, o evangelizador,+ que era um dos sete homens,+ e ficámos com ele.  Este homem tinha quatro filhas solteiras que profetizavam.+ 10  Depois de lá ficarmos durante muitos dias, um profeta chamado Ágabo+ desceu da Judeia. 11  Ele veio ao nosso encontro, pegou no cinto de Paulo, amarrou os seus próprios pés e mãos, e disse: “Assim diz o espírito santo: ‘O homem a quem pertence este cinto será amarrado assim pelos judeus em Jerusalém,+ e eles vão entregá-lo às mãos de pessoas das nações.’”+ 12  Quando ouvimos isto, tanto nós como os que lá estavam começámos a implorar-lhe que não subisse a Jerusalém. 13  Paulo respondeu então: “O que é que estão a fazer, ao chorarem e ao tentarem enfraquecer a minha determinação? Estejam certos de que estou pronto não só para ser amarrado, mas também para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus.”+ 14  Como não conseguimos convencê-lo, parámos de insistir* e dissemos: “Seja feita a vontade de Jeová.” 15  Depois daqueles dias, fizemos os preparativos e começámos a viagem para Jerusalém. 16  Alguns dos discípulos de Cesareia foram connosco e levaram-nos à casa de Mnáson, de Chipre, um dos primeiros discípulos, com quem ficaríamos hospedados. 17  Ao chegarmos a Jerusalém, os irmãos receberam-nos com alegria. 18  No dia seguinte, Paulo foi connosco ao encontro de Tiago,+ e todos os anciãos estavam presentes.* 19  Ele cumprimentou-os e fez um relatório detalhado sobre as coisas que Deus tinha feito entre as nações por meio do ministério dele. 20  Depois de ouvirem isto, eles começaram a glorificar a Deus, mas disseram-lhe: “Irmão, tu sabes quantos milhares de judeus se tornaram crentes e que todos eles têm zelo pela Lei.+ 21  No entanto, eles ouviram rumores de que estás a ensinar todos os judeus que vivem entre as nações a abandonar a Lei de Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem os seus filhos nem sigam os costumes estabelecidos.+ 22  O que devemos, então, fazer a respeito disso? Eles certamente ficarão a saber que chegaste. 23  Portanto, faz o que te vamos dizer: Há connosco quatro homens que têm um voto a cumprir. 24  Leva esses homens contigo, purifica-te cerimonialmente com eles e cuida das suas despesas, para que rapem as suas cabeças. Assim, todos saberão que o que se diz sobre ti não é verdade, mas que estás a andar corretamente e também a obedecer à Lei.+ 25  Quanto aos crentes dentre as nações, enviámos-lhes por escrito a nossa decisão de que se devem abster do que é sacrificado a ídolos,+ bem como de sangue,+ do que foi estrangulado+ e de imoralidade sexual.”+ 26  Então, no dia seguinte, Paulo levou os homens consigo e purificou-se cerimonialmente com eles.+ Depois disso, entrou no templo para avisar quando se completariam os dias da purificação cerimonial e quando seria apresentada a oferta a favor de cada um deles. 27  Quando os sete dias estavam a chegar ao fim, ao vê-lo no templo, os judeus da Ásia agitaram toda a multidão e agarraram-no, 28  gritando: “Homens de Israel, ajudem-nos! Este é o homem que ensina a todos, em todo o lado, coisas contra o nosso povo, contra a nossa Lei e contra este lugar. E, além disso, ele até mesmo trouxe gregos ao templo e profanou este lugar santo.”+ 29  Pois, antes, tinham visto Trófimo,+ o efésio, na cidade com ele, e pensaram que Paulo o tinha levado ao templo. 30  Toda a cidade ficou em alvoroço e as pessoas vieram a correr em massa, agarraram Paulo, arrastaram-no para fora do templo, e, imediatamente, as portas foram fechadas. 31  Enquanto tentavam matá-lo, o comandante do regimento recebeu a notícia de que toda a cidade de Jerusalém estava em confusão. 32  Imediatamente, reuniu soldados e oficiais do exército, e desceu a correr até à multidão. Quando as pessoas viram o comandante militar e os soldados, pararam de espancar Paulo. 33  Então, o comandante aproximou-se, prendeu-o, e mandou que o amarrassem com duas correntes.+ De seguida, perguntou quem ele era e o que tinha feito. 34  Todavia, alguns da multidão gritavam uma coisa, e outros gritavam outra. Assim, como não conseguia saber nada ao certo por causa do tumulto, ordenou que o levassem ao quartel. 35  Quando ele chegou às escadas, teve de ser carregado pelos soldados, por causa da violência da multidão, 36  pois havia uma multidão de pessoas que o seguia, gritando: “Matem-no!”* 37  Quando estava prestes a ser levado para dentro do quartel, Paulo perguntou ao comandante: “É-me permitido dizer-lhe algo?” Ele disse: “Sabes falar grego? 38  Então, não és o egípcio que há algum tempo atiçou uma sedição* e levou os 4000 assassinos* para o deserto?” 39  Paulo respondeu: “Na realidade, sou judeu,+ cidadão de Tarso,+ uma cidade importante da Cilícia. Portanto, peço-lhe que me permita falar ao povo.” 40  Depois de ele dar permissão, Paulo, de pé nas escadas, fez sinal com a mão para o povo. Fez-se um grande silêncio e, então, ele dirigiu-se a eles no idioma hebraico,+ dizendo:

Notas de rodapé

Lit.: “ficámos em silêncio”.
Ou: “vieram até ali”.
Ou: “Livrem-se dele!; Acabem com ele!”.
Ou: “revolta; perturbação da ordem pública”.
Ou: “faquistas”.

Notas de estudo

à nossa esquerda: Ou: “a bombordo”. Pelos vistos, o navio estava a passar pela extremidade sudoeste da ilha de Chipre, já que ia para o leste, em direção a Tiro. Cerca de nove anos antes, na sua primeira viagem missionária, Paulo, acompanhado de Barnabé e João Marcos, esteve em Chipre e enfrentou a oposição do feiticeiro Elimas. (At 13:4-12) Voltar a ver Chipre e pensar no que tinha ocorrido ali pode ter encorajado e fortalecido Paulo para as coisas que ele teria de enfrentar.

as boas novas: Primeira vez que a palavra grega euaggélion aparece. Em algumas Bíblias, é traduzida como “evangelho”. Uma palavra grega relacionada, euaggelistés, que é traduzida como “evangelizador”, significa “proclamador de boas novas (boas notícias)”. — At 21:8; notas de rodapé em Ef 4:11 e 2Ti 4:5.

evangelizador: O sentido básico da palavra grega euaggelistés, traduzida aqui como “evangelizador”, é “proclamador de boas novas (boas notícias)”. (Veja a nota de estudo em Mt 4:23.) A missão de proclamar as boas novas foi dada a todos os cristãos (Mt 24:14; 28:19, 20; At 5:42; 8:4; Ro 10:9, 10), mas o contexto dos três versículos onde esta palavra grega aparece mostra que “evangelizador” pode ter um sentido especial (At 21:8; notas de rodapé em Ef 4:11 e 2Ti 4:5). Por exemplo, quando a palavra euaggelistés é usada para se referir a alguém que dá início à pregação das boas novas onde nunca tinham sido pregadas, também poderia ser traduzida como “missionário”. Depois de Pentecostes, Filipe deu início à obra de pregação na cidade de Samaria e teve muito sucesso. Ele também foi orientado por um anjo a pregar as boas novas sobre Cristo ao eunuco etíope, a quem ele batizou. Depois disso, Filipe foi levado pelo espírito a pregar em Asdode e em todas as cidades no caminho para Cesareia. (At 8:5, 12, 14, 26-40) Cerca de 20 anos mais tarde, quando os acontecimentos registados em At 21:8 ocorreram, Filipe ainda podia ser chamado “o evangelizador”.

profetizarão: A palavra grega usada aqui, profeteúo, significa literalmente “falar abertamente”. Nas Escrituras, é usada no sentido de “tornar conhecidas as mensagens de Deus”. Esta palavra muitas vezes inclui a ideia de prever o futuro, mas esse não é o seu sentido básico. Também se pode referir a dar uma informação por revelação divina. (Veja as notas de estudo em Mt 26:68; Mr 14:65; Lu 22:64.) Na ocasião mencionada aqui, o espírito santo fez com que alguns discípulos profetizassem. Ao declararem “as coisas magníficas” que Jeová tinha feito e ainda faria, eles serviriam como porta-vozes do Deus Altíssimo. (At 2:11) A palavra hebraica para “profetizar” é usada de forma parecida. Por exemplo, quando a Bíblia diz em Êx 7:1 que Arão seria “profeta” de Moisés, isso significava que Arão serviria como porta-voz de Moisés, e não que iria predizer o futuro.

filhas solteiras: Lit.: “filhas, virgens”. Na Bíblia, a palavra grega parthénos, que muitas vezes é traduzida como “virgem”, refere-se a “alguém que nunca teve relações sexuais” e pode ser usada tanto para homens solteiros como para mulheres solteiras. (Mt 25:1-12; Lu 1:27; 1Co 7:25, 36-38) Aqui, neste contexto, a palavra grega destaca o facto de que as quatro filhas de Filipe nunca se tinham casado.

profetizavam: O profeta Joel predisse que tanto homens como mulheres iriam profetizar. (Jl 2:28, 29) Nas línguas originais, a palavra “profetizar” tem o sentido básico de “tornar conhecidas mensagens de Deus” e nem sempre inclui a ideia de prever o futuro. (Veja a nota de estudo em At 2:17.) Todos os cristãos podem falar sobre o cumprimento das profecias que foram registadas na Palavra de Deus. Mas, quando 1Co 12:4, 10 fala sobre “profetizar”, refere-se a um dom milagroso do espírito santo que foi dado a algumas pessoas na recém-formada congregação cristã. Alguns dos que receberam esse dom eram capazes de prever acontecimentos futuros, como no caso de Ágabo. (At 11:27, 28) Com certeza, as mulheres que receberam esse dom de Jeová mostravam-lhe profundo respeito por continuarem submissas à chefia dos homens na congregação. — 1Co 11:3-5.

tentarem enfraquecer a minha determinação: Ou: “enfraquecerem o meu coração”. O verbo grego que aparece nesta expressão significa literalmente “esmagar em conjunto; despedaçar em pedaços”. Neste versículo, foi usado em sentido figurado juntamente com a palavra grega para “coração”.

a vontade de Jeová: Na maioria das vezes que a palavra grega para “vontade” (thélema) aparece nas Escrituras Gregas Cristãs, refere-se à vontade de Deus. (Mt 7:21; 12:50; Mr 3:35; Ro 12:2; 1Co 1:1; He 10:36; 1Pe 2:15; 4:2; 1Jo 2:17) Na Septuaginta, a palavra grega thélema muitas vezes é usada para traduzir expressões hebraicas que se referem à vontade de Deus, ou àquilo que lhe agrada, e ocorre em passagens onde o nome de Deus aparece no texto original das Escrituras Hebraicas. (Sal 40:8, 9 [39:9, 10, LXX]; 103:21 [102:21, LXX]; 143:9-11 [142:9-11, LXX]; Is 44:24, 28; Je 9:24[9:23, LXX]; Mal 1:10) Na oração que Jesus fez ao seu Pai, registada em Mt 26:42, ele usou palavras parecidas: “Seja feita a tua vontade.” — Veja o Apêndice C3 (introdução e At 21:14).

Tiago: Tudo indica que esse meio-irmão de Jesus seja o Tiago mencionado em At 12:17 (veja a nota de estudo) e em Gál 1:19, e o escritor do livro bíblico de Tiago. — Tg 1:1.

Tiago: Tudo indica que este Tiago seja o meio-irmão de Jesus. Quando os quatro meios-irmãos de Jesus (Tiago, José, Simão e Judas) são citados, Tiago é sempre mencionado primeiro. Isso talvez indique que ele era o mais velho. (Mt 13:55; Mr 6:3; Jo 7:5) Ele estava presente no Pentecostes de 33 EC, quando milhares de judeus que moravam fora de Israel e tinham ido a Jerusalém aceitaram as boas novas e foram batizados. (At 1:14; 2:1, 41) As palavras de Pedro “contem estas coisas a Tiago” indicam que Tiago estava a exercer liderança na congregação em Jerusalém. Também parece que ele é o Tiago mencionado em At 15:13; 21:18; 1Co 15:7; Gál 1:19 (onde é chamado “Tiago, o irmão do Senhor”); 2:9, 12, e que foi ele quem escreveu o livro bíblico de Tiago. — Tg 1:1; Ju 1.

Tiago: Tudo indica que este Tiago seja o meio-irmão de Jesus e que seja o mesmo Tiago mencionado em At 12:17. (Veja as notas de estudo em Mt 13:55; At 12:17.) Parece que nesta ocasião, quando o assunto da circuncisão foi levado até ‘aos apóstolos e anciãos’ em Jerusalém, foi Tiago quem presidiu a reunião. (At 15:1, 2) O apóstolo Paulo, pelos vistos, estava a referir-se a esta reunião quando disse que Tiago, Cefas (Pedro) e João eram “os que pareciam ser colunas” da congregação em Jerusalém. — Gál 2:1-9.

anciãos: Lit.: “homens mais velhos (idosos)”. Neste versículo, a palavra grega presbýteros refere-se a homens que tinham um cargo de responsabilidade na congregação cristã daquela época. Os anciãos da congregação em Jerusalém são mencionados aqui juntamente com os apóstolos. Paulo, Barnabé e alguns outros irmãos de Antioquia da Síria foram ter com esses homens para resolver a questão da circuncisão. Assim como alguns anciãos no Israel literal serviam em posições de responsabilidade a nível nacional, os anciãos da congregação em Jerusalém e os apóstolos serviam juntos como um corpo governante que supervisionava todas as congregações do primeiro século EC. Isso indica que o corpo governante, que no início era formado apenas pelos 12 apóstolos, tinha aumentado. — At 1:21, 22, 26; veja as notas de estudo em Mt 16:21; At 11:30.

pelos apóstolos e pelos anciãos em Jerusalém: Assim como alguns anciãos no Israel literal serviam em posições de responsabilidade a nível nacional, os anciãos da congregação em Jerusalém e os apóstolos serviam como um corpo governante que supervisionava todas as congregações do primeiro século EC. (Veja a nota de estudo em At 15:2.) Depois de os apóstolos e os anciãos em Jerusalém tomarem a sua decisão sobre o assunto da circuncisão, eles transmitiram-na às congregações, que a consideraram uma decisão definitiva.

Tiago: Tudo indica que este Tiago é o meio-irmão de Jesus e que é o mesmo Tiago mencionado em At 12:17 e 15:13. — Veja as notas de estudo em Mt 13:55; At 12:17; 15:13.

e todos os anciãos: Veja as notas de estudo em At 15:2; 16:4. Nenhum dos apóstolos é mencionado no relato desta reunião que ocorreu em 56 EC. Embora a Bíblia não explique o motivo disso, o historiador Eusébio (que nasceu por volta de 260 EC) disse o seguinte sobre o período anterior à destruição de Jerusalém: “Os restantes apóstolos, em constante perigo devido a tramas assassinas, tiveram de sair da Judeia. Mas, para ensinar a sua mensagem, viajaram para todas as terras no poder de Cristo.” (Eusebius, livro 3, capítulo 5, parágrafo 2) Apesar de as palavras de Eusébio não fazerem parte do registo inspirado, estão de acordo com o que a Bíblia diz. Por exemplo, em 62 EC, Pedro já estava em Babilónia – longe de Jerusalém. (1Pe 5:13) Na ocasião mencionada neste versículo, Tiago, meio-irmão de Jesus, ainda estava em Jerusalém. Ele, pelos vistos, presidiu esta reunião em que “todos os anciãos estavam presentes” com Paulo.

milhares: Lit.: “miríades; dezenas de milhares”. O sentido literal da palavra grega usada aqui é “miríade” (grupo de 10 000), mas também pode ser usada para representar um número muito grande e indeterminado.

a abandonar a Lei de: Lit.: “uma apostasia contra”. O substantivo grego usado aqui, apostasía, vem do verbo afístemi, que significa literalmente “apartar-se de” e pode ser traduzido como “deixar; renunciar”, dependendo do contexto. (At 19:9; 2Ti 2:19) O substantivo apostasía transmite a ideia de “deserção; abandono; rebelião”. Aparece duas vezes nas Escrituras Gregas Cristãs: aqui e em 2Te 2:3. No grego clássico, esse substantivo era usado para se referir à deserção em sentido político. Tudo indica que também foi com esse sentido que o verbo foi usado em At 5:37, que diz que Judas, o galileu, “arrastou [uma forma de afístemi] seguidores atrás de si”. A Septuaginta usa afístemi em Gén 14:4 quando se refere a uma rebelião contra o governo e usa apostasía em Jos 22:22; 2Cr 29:19 e Je 2:19 para traduzir as palavras hebraicas para “rebelião” e “infidelidade”. Nas Escrituras Gregas Cristãs, o substantivo apostasía é usado principalmente para se referir à deserção em sentido religioso, ou seja, o ato de deixar ou abandonar a adoração verdadeira, o abandono do que a pessoa antes defendia, a renúncia completa dos princípios e da fé.

imoralidade sexual: A palavra grega porneía é um termo genérico usado para se referir a todos os tipos de atividade sexual que a Bíblia condena. Isso inclui adultério, prostituição, sexo entre pessoas não casadas, entre pessoas do mesmo sexo e entre humanos e animais. — Veja o Glossário.

que foi estrangulado: Veja a nota de estudo em At 15:20.

imoralidade sexual: Veja a nota de estudo em At 15:20.

que foi estrangulado: Ou: “que foi morto sem ser sangrado”. Pelos vistos, esta proibição também incluía animais que morriam de causas naturais ou devido a ferimentos causados por outros animais. Nesses casos, o animal não teria sido sangrado corretamente. — Êx 22:31; Le 17:15; De 14:21.

o comandante: A palavra grega khilíarkhos (quiliarca) significa literalmente “governante de 1000”, ou seja, comandante de 1000 soldados. O quiliarca era um tribuno militar romano. (Veja a nota de estudo em Jo 18:12.) Por volta de 56 EC, Cláudio Lísias era o comandante militar da guarnição de Jerusalém. (At 23:22, 26) Como mostram os capítulos 21 a 24 de Atos, ele foi o comandante que salvou Paulo dos ataques de uma turba e do tumulto no Sinédrio. Também foi ele que escreveu uma carta de esclarecimento ao governador Félix quando Paulo foi enviado secretamente a Cesareia.

comandante militar: A palavra grega khilíarkhos (quiliarca) significa literalmente “governante de mil”, ou seja, comandante de mil soldados. O quiliarca era um tribuno militar romano. Havia seis tribunos em cada legião romana, mas a legião não era dividida em seis grupos. Em vez disso, os seis tribunos revezavam-se em comandar a legião inteira. Esses comandantes militares tinham grande autoridade, o que incluía indicar e nomear centuriões. A palavra khilíarkhos também se podia referir de modo geral a oficiais de alta patente. Havia um comandante militar romano juntamente com os soldados que prenderam Jesus.

oficiais do exército: Ou: “centuriões”. Um centurião era um oficial que comandava cerca de 100 soldados do exército romano.

quartel: Ou seja, o alojamento para tropas romanas localizado na Fortaleza (Torre) de Antónia, em Jerusalém. A fortaleza situava-se no canto noroeste do pátio do templo e, de lá, era possível ver toda a área do templo. Pelos vistos, ficava no mesmo lugar onde Neemias antes tinha construído a “Fortaleza da Casa”, mencionada em Ne 2:8. Herodes, o Grande, fez uma renovação grande e cara na fortaleza e reforçou as suas defesas. Ele chamou-lhe Antónia em homenagem ao comandante militar romano Marco António. Antes dos dias de Herodes, a fortaleza servia principalmente como proteção contra os inimigos que vinham do norte. Depois, passou a servir mais como um ponto estratégico para controlar os judeus e supervisionar o que acontecia na área do templo. Havia uma passagem que ligava a fortaleza ao templo. (Jewish Antiquities, XV, 424 [xi, 7]) Assim, os soldados romanos podiam chegar rapidamente à área à volta do templo, e, provavelmente, foi isso o que aconteceu quando eles resgataram Paulo de uma turba. — At 21:31, 32; veja a localização da Fortaleza de Antónia no Apêndice B11.

hebraico: Nas Escrituras Gregas Cristãs, os escritores inspirados da Bíblia chamaram “hebraico” à língua falada pelos judeus (Jo 19:13, 17, 20; At 21:40; 22:2; Ap 9:11; 16:16) e usada pelo glorificado Jesus ao falar com Saulo de Tarso (At 26:14, 15). O texto de At 6:1 diferencia os “judeus que falavam hebraico” dos “judeus que falavam grego”. Alguns estudiosos afirmam que todas essas ocorrências da palavra “hebraico” deveriam ser traduzidas como “aramaico”, mas há bons motivos para acreditar que a palavra realmente se refere à língua hebraica. Por exemplo, o médico Lucas diz em Atos que o apóstolo Paulo falou ao povo de Jerusalém “no idioma hebraico”. Paulo estava a falar com pessoas que gastavam grande parte do seu tempo a estudar a Lei de Moisés em hebraico. Além disso, os Rolos do Mar Morto (um conjunto de muitos fragmentos e manuscritos bíblicos e não bíblicos), na sua maior parte, foram escritos em hebraico, mostrando que a língua era usada pelos judeus no dia a dia. Também foram encontrados alguns fragmentos em aramaico, mas isso mostra apenas que as duas línguas eram usadas. Portanto, parece muito improvável que os escritores bíblicos usassem a palavra “hebraico” para se referir à língua aramaica, ou síria. (At 21:40; 22:2; compare com At 26:14.) Em 2Rs 18:26, as Escrituras Hebraicas diferenciam o “aramaico” do “idioma dos judeus”. E o historiador judeu Josefo, ao comentar sobre este mesmo relato de 2 Reis, fala do “aramaico” e do “hebraico” como dois idiomas diferentes. (Antiguidades Judaicas) É verdade que o hebraico e o aramaico têm algumas palavras muito parecidas e que algumas palavras hebraicas vêm do aramaico. No entanto, parece não haver motivo para os escritores das Escrituras Gregas Cristãs terem usado “hebraico” se estivessem a referir-se ao “aramaico”.

no idioma hebraico: Veja a nota de estudo em Jo 5:2.

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Atividades de Filipe, o evangelizador
Atividades de Filipe, o evangelizador

A Bíblia regista algumas das atividades zelosas de “Filipe, o evangelizador”. (At 21:8) Ele foi um dos “sete homens de boa reputação” que cuidaram da distribuição de alimento em Jerusalém para os discípulos judeus que falavam grego e para os discípulos judeus que falavam hebraico. (At 6:1-6) Depois da morte de Estêvão, quando “todos, exceto os apóstolos, foram espalhados”, Filipe foi para Samaria. Ali, ele pregou as boas novas e fez milagres. (At 8:1, 4-7) Mais tarde, o anjo de Jeová enviou Filipe para uma estrada no deserto que ia de Jerusalém até Gaza. (At 8:26) Nessa estrada, Filipe encontrou um eunuco etíope e declarou-lhe as boas novas. (At 8:27-38) Depois disso, Filipe foi levado dali pelo espírito de Jeová (At 8:39) e continuou a pregar em Asdode e em outras cidades do litoral até chegar a Cesareia (At 8:40). Anos mais tarde, Lucas e Paulo ficaram na casa de Filipe em Cesareia. Naquela época, Filipe “tinha quatro filhas solteiras que profetizavam”. — At 21:8, 9.

1. Jerusalém: Filipe realiza serviços administrativos. — At 6:5

2. Samaria: Filipe prega as boas novas. — At 8:5

3. Estrada para Gaza, no deserto: Filipe explica as Escrituras a um eunuco etíope e batiza-o. — At 8:26-39

4. Região do litoral: Filipe declara as boas novas em todas as cidades. — At 8:40

5. Cesareia: Filipe recebe Paulo em sua casa. — At 21:8, 9

Estrada romana na cidade de Tarso
Estrada romana na cidade de Tarso

Tarso era a principal cidade da Cilícia, uma região que ficava no canto sudeste da Ásia Menor, num local que hoje faz parte da Turquia. Foi ali que nasceu Saulo, mais tarde conhecido como apóstolo Paulo. (At 9:11; 22:3) A cidade de Tarso era um centro comercial grande e próspero e tinha uma localização estratégica. Ficava ao pé de uma das principais rotas terrestres leste-oeste de comércio, que passava pelos montes Tauro e pelas Portas Cilicianas (um desfiladeiro estreito onde uma estrada foi escavada na rocha para permitir a passagem de carroças). A cidade também tinha um porto que servia como ponto de ligação entre o rio Cidno e o mar Mediterrâneo. Tarso era um centro de cultura grega, e uma quantidade considerável de judeus morava ali. Esta fotografia mostra algumas das antigas ruínas que ainda existem na atual cidade de Tarso, que fica a cerca de 16 quilómetros de onde o rio Cidno desemboca no mar Mediterrâneo. Várias personagens históricas visitaram Tarso, incluindo Júlio César, Marco António, Cleópatra e diversos imperadores. Além disso, o escritor e estadista romano Cícero, que foi governador da Cilícia de 51 a 50 AEC, usou Tarso como sede do seu governo. No primeiro século EC, Tarso era um famoso centro de erudição. De acordo com o geógrafo grego Estrabão, nesse sentido, Tarso até superava Atenas e Alexandria. Assim, Paulo tinha bons motivos para dizer que Tarso era “uma cidade importante”. — At 21:39.